Copa do Mundo 2014, estamos preparados?

 Aeroporto Internacional Pinto Martins 

Liam de la Torre | jornalista
ESPECIAL PARA O CORREDOR DE NOTÍCIAS

A menos de cinco meses para a Copa das Confederações e menos de um ano e meio para a Copa do Mundo de 2014. Fortaleza já tem seu estádio pronto, mas um evento deste porte não se resume somente ao estádio. Infraestrutura e planejamento de toda a cidade também são importantes. Além da mobilidade urbana, portos, aeroportos, segurança, informações e hotéis para os turistas, que também fazem parte de um evento tão grandioso como este. 

Com o objetivo de mostrar como está a infraestrutura de Fortaleza para esses dois grandes eventos, o Corredor de Notícias inicia uma série de reportagens especiais que mostrará aos leitores se estamos ou não preparados. A primeira reportagem especial é sobre o Aeroporto Internacional Pinto Martins.

Mais sobre o Martins
O Aeroporto de Fortaleza é o décimo segundo mais movimentado do Brasil, e terceiro do Nordeste. Recebe em média 5 milhões de passageiros por ano. A reportagem foi realizada nos dias 7 e 14 de fevereiro deste ano, um dia antes e um dia depois do carnaval. Época de bastante movimentação no aeroporto, mas nada que se compare ao número de passageiros que irão desembarcar e embarcar durante os dois eventos. 



Saindo de Fortaleza
No dia 7 de fevereiro cheguei ao aeroporto às 16h00, o meu voo para Cabo Verde estava marcado para as 17h50min. Primeiramente fiz o “check-in” das bagagens e a retirada dos bilhetes de embarque. O terminal possui 33 balcões de atendimento distribuídos entre as companhias aéreas, mas a maioria estavam fechados, o que gera imensas filas semelhante a qual tive que ficar.

O tempo passava e a fila não andava. Durante a espera conversei com alguns passageiros que mostraram bastante indignação pela demora no atendimento. Após uma hora enfim consegui despachar as bagagens, o relógio apontava 17h10, já estava na hora de entrar na sala de embarque. ATENÇÃO, à demora na hora de fazer o “check-in” pode ocasionar muitos atrasos. 
O Pinto Martins é o 12º aeroporto mais movimentado
do Brasil. foto: Liam de la Torre

Depois de despachar as bagagens dirigi-me direto a sala de embarque para partidas internacionais. ATENÇÃO, no caminho verifiquei que há poucas cadeiras para os passageiros que precisam aguardar algumas horas pelos seus voos.

Para entrar na sala de embarque é preciso passar pelo aparelho de Raios-X. São cinco aparelhos, três para o embarque domestico e dois para o internacional, apenas um estava funcionando em cada lado. A seguir vem à passagem pela emigração. Há um balcão com quatro guichês de atendimento, todos com agentes da Policia Federal. 

ATENÇÃO, as salas do aparelho de Raios-X e da emigração são pequenas. Mesmo com o atendimento reforçado, há possibilidade de severos atrasos nos voos devido ao pequeno espaço e a grande quantidade de passageiros que irão embarcar.

Enfim embarquei no avião por uma das sete pontes para as aeronaves que possui o aeroporto. ATENÇÃO , é um número pequeno considerando a quantidade de chegadas e partidas que haverá durante os eventos. O voo decolou às 18h30min, atraso ocasionado pela demora no “check-in”.

Chegando a Fortaleza
Após uma semana no exterior, retornei a Fortaleza no dia 14 de fevereiro. A previsão de chegada era para as 16h10min, mas o avião aterrou com um atraso de sete minutos. O voo estava completamente cheio, metade dos passageiros eram brasileiros. A outra metade era composta na maioria por europeus e africanos.


Foto: Liam de la Torre
Na saída da aeronave é preciso dirigir-se a área de emigração. Notei que muitas pessoas apressaram o passo para ficar com os primeiros lugares da fila. O salão na área da emigração no desembarque é maior que o da sala de embarque.                          

A passagem pela emigração na chegada não foi tão rápida como na saída. O salão possui seis cabines de atendimento, mas apenas quatro tinham agentes federais atendendo. Uma para pessoas especiais, uma para estrangeiros e duas para nacionais. ATENÇÃO, o número de agentes federais atendendo era insuficiente para um voo internacional que tinha mais de 200 passageiros. As três filas ficaram imensas, ouvi várias senhoras caboverdianas reclamando da demora.

Depois de quarenta minutos, passei pela emigração sem problemas e fui buscar as minhas bagagens no salão ao lado. Uma grande confusão havia se formado, o espaço não é muito grande e ficou ainda menor com as muitas malas jogadas pelo chão. 

Antes da saída é preciso passar por outro aparelho de Raios-X, os agentes fazem uma inspeção bem detalhada das bagagens. Ponto positivo para essa revisão. Várias pessoas já foram apreendidas com drogas escondidas no corpo e nas bagagens. Depois de uma hora meia após a chegada enfim consegui sair do aeroporto.

Conclusões
O maior problema do Pinto Martins é o espaço reduzido das salas onde durante os eventos muitos turistas embarcarão e desembarcarão. A única solução viável é a ampliação dos espaços, mas apenas 35% das obras vão estar prontas até o mundial. Outra solução seria o aumento do contingente de trabalhadores para diminuir o tempo de espera nas filas, o que com certeza deve acontecer.      

O aeroporto de Fortaleza encontra-se em reforma para receber as duas copas de futebol que devem ocorrer nos próximos meses. foto: Liam de la Torre
As obras de ampliação já começaram e segundo a Infraero, até a Copa do Mundo de 2014 o aeroporto deve ganhar 6 portões de embarque, 48 balcões de check-in, 4 esteiras de bagagens e a reforma da avenida que da acesso ao terminal. A minha conclusão é que o Aeroporto Internacional Pinto Martins ainda não está totalmente preparado.